Conforme o empresário Teciomar Abila, a chegada do Pix revolucionou as transações no Brasil, consolidando o pagamento instantâneo como um padrão de mercado. Com a facilidade de transferir dinheiro 24 horas por dia, 7 dias por semana, a fricção nas compras e pagamentos foi praticamente eliminada. No entanto, essa praticidade inigualável tem um lado B: a urgência de uma educação financeira sólida para manter as finanças pessoais sob controle. A velocidade da transação exige uma disciplina ainda maior do consumidor, pois o capital pode escoar tão rápido quanto é transferido.
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O Pix e o efeito psicólogo no gasto
A principal transformação do Pix, além da agilidade, é de natureza psicológica. Antes, o ato de pagar envolvia alguma “fricção” — seja passar o cartão, digitar a senha ou, em última instância, sacar o dinheiro em espécie. Essa pequena pausa mental servia, de certa forma, como um freio de mão no impulso de consumo.

Com o Pix, o pagamento é quase imperceptível. Uma leitura de QR Code, uma autenticação facial ou digital, e pronto. O dinheiro sai da conta instantaneamente. Esse “desaparecimento” rápido e a ausência da sensação tátil da troca de notas tornam o gasto menos palpável, facilitando o consumo impulsivo. De acordo com Teciomar Abila, a ausência de atrito no pagamento via Pix intensifica a necessidade de um planejamento prévio, pois o impulso de compra não encontra barreiras operacionais.
O risco de confundir liquidez com riqueza
O acesso imediato ao capital via Pix também cria uma falsa sensação de liquidez imediata, o que pode mascarar um problema de gestão orçamentária. As pessoas podem se sentir mais à vontade para gastar o dinheiro que está na conta, por saberem que podem “fazer um Pix” para cobrir uma despesa não planejada, ou usar a conta-corrente como se fosse a única reserva.
Essa mentalidade é perigosa, pois ignora a importância da formação da reserva de emergência e do capital para investimentos de longo prazo. Como elucida Teciomar Abila, a educação financeira se torna crucial para diferenciar o dinheiro “disponível” para as despesas e aquele que está “reservado” para o futuro.
A base da urgência: Orçamento e consciência de consumo
Diante da facilidade de movimentação na era do Pix, as estratégias de controle financeiro precisam ser mais rigorosas e preventivas.
- Orçamento rigoroso: É imperativo que todo indivíduo saiba exatamente quanto tem para gastar em cada categoria (moradia, alimentação, lazer, etc.). A anotação e o acompanhamento diário dos gastos, antes de o dinheiro “sumir” com o Pix, é um ato de autodefesa financeira;
- Automação do Investimento: Para combater o gasto impulsivo, o ideal é automatizar a transferência de recursos para a poupança e investimentos assim que o salário cai. Como destaca Teciomar Abila, pagar a si mesmo primeiro, antes de qualquer outro gasto, é o melhor antídoto contra o escoamento rápido do dinheiro.
Ferramentas digitais para o controle pessoal
A tecnologia que facilitou o gasto também oferece ferramentas para o controle. Aplicativos de gestão financeira pessoal e planilhas automatizadas permitem a classificação instantânea das transações (inclusive Pix) e o monitoramento em tempo real do orçamento.
Segundo Teciomar Abila, a tecnologia deve ser usada para criar sistemas de proteção financeira. É mais fácil se manter dentro do orçamento se a ferramenta avisa, em tempo real, que a meta de gasto em “lazer” foi atingida, do que tentar reconstruir o extrato no final do mês.
O Pix é uma das maiores inovações do sistema financeiro, mas potencializa o desafio do controle pessoal. A educação financeira não é mais um diferencial, mas uma habilidade de sobrevivência essencial para prosperar no novo cenário de transações instantâneas.
Autor: Simon Smirnov